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A bem da Nação

LIDO COM INTERESSE - 6

Título: “O AEROPORTO DE LISBOA – A eminência do desastre técnico e económico;

O parâmetro enjeitado e a pedra angular”

 

Autor: José Krus Abecasis, Major-General, Força Aérea Portuguesa (Ref.)

 

Editor: Sociedade de Geografia de Lisboa – Boletim Janeiro-Dezembro – 2004, pág. 37 e seg.

 

 

Sociedade de Geografia de Lisboa

 

É zeloso pelos interesses da Fazenda Nacional? – eis a questão inicial sobre a qual o Autor disserta para afirmar no intróito: Absorvido pela mentalização contemporânea de uma globalização universal e gratuita que “digeriu” como “mesinha” benfazeja de todas as benesses e ansiado óbulo de “fundos perdidos” a desbaratar, o português passou a olhar o pecúlio europeu como mais valia ao seu alcance. O Pacto de Coesão e o Pacto de Estabilidade e Crescimento seriam manipulados de acordo com os seus interesses. Forte em imaginação e megalómano em projectos, sonhou com um “hub”, ofuscando e deslumbrando “gentios” da Europa, o . . . “Aeroporto do Século XXI” para a Ota!!– O “Novo Aeroporto de Lisboa!”

 

Não discutindo nesta fase qual a cor do elefante, o Autor cita um perito americano que em 1998 proferiu uma conferência na Sociedade de Geografia de Lisboa: Os aeroportos de nível internacional, por mais portentosos que sejam os investimentos neles empenhados, nunca serão amortizados se os potenciais utilizadores (as companhias de transporte aéreo regular e “charter”) os votarem ao abandono, optando por alternativas. É do seu livre arbítrio fazê-lo! Nos EUA temos alguns exemplos.

 

E prossegue: A veleidade de um aeroporto “Terminal da Europa” está fora de causa. Se algum dia foi compreensível, esse dia está tão afastado como estão, nos tempos actuais, tais ilusões. Será que os mentores da política aérea (que tarda) conceberão a estultícia de captar tráfego a Madrid, Sevilha, quiçá Paris ou Roma, para que as transportadoras aéreas se deliciem com um portentoso “Aeroporto Século XXI”?

 

Para além disso, refere que um estudo comparativo das cartas de aproximação às pistas da Portela e da Ota dá – numa perspectiva exclusivamente aeronáutica – grande vantagem à Portela, tanto no que respeita à orografia envolvente como às habituais ocorrências meteorológicas . . . e seguem-se muitas mais referências e argumentos técnicos que seria fastidioso aqui enumerar.

 

E tem um final que me deliciou: Tenhamos presente, nós portugueses de hoje, que nem todas as realizações portentosas aos olhos da Humanidade se traduziram em proveito para os países que nelas se lançaram, embriagados com a imagem mítica da Torre de Babel e contemplando à posteriori uma Barragem de Assuão em paisagem idílica do leito do rio Nilo ou uma Barragem das Três Gargantas sobre o rio Yangtsé tão proveitosa para a China como a Grande Muralha milenar ou mesmo Cabora Bassa carpindo sobre o leito do Zambeze a sua inutilidade melancólica.

 

Ao som dos acordes da 9ª Sinfonia de Beethoven, arvorada em melodia da Europa Unida, o sonho do “Aeroporto de Lisboa do Século XXI” na Ota não passará de um pesadelo ou … uma “manada de elefantes brancos” em tropel pelas baixas lezírias do Carregado-Azambuja, envoltas em denso nevoeiro.

 

D. Sebastião, como sempre, não aparecerá!

 

Lisboa, 26 de Abril de 2006

 

Henrique Salles da Fonseca

 

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