Ó MAR
(*)
Ó mar de mágoas da espera
do sempre, do nunca mais
mulheres lenda, mães quimera
aves negras que rezais
em cada metro de espera
em cada pedra de cais...
ó mar salgado pela dor
vertida de olhos vazios
no peito em quilha da sorte
mar de almas em estertor
onde se debruçam rios
e às vezes, se espelha a morte...
ó mar de espantos e medos
de naus, na eterna procura
Brasis de fama e dinheiro
são de escolhos teus segredos
Adamastores de aventura
Bojadores de nevoeiro!... Maria Mamede
(In "Banalidades" 2003)
(*) - "Viúvas na praia" - Lázaro Lozano (1946)