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A bem da Nação

O V IMPÉRIO DO PADRE ANTÓNIO VIEIRA

 

 

Às vezes ouve-se falar do V Império de António Vieira, como sendo uma construção puramente espiritual ou mística, isto é, nada de material. António Vieira era muito inteligente para se meter por essa via irreal e, pelo contrário, era muito político, conselheiro de D. João IV e muito interessado no sucesso da Guerra da Restauração cuja conclusão era ainda, pode-se dizer, aleatória.

 

Nesse tempo, os estudiosos de história pensavam que tinha havido 4 impérios, já todos caídos: 1- o dos Assírios; 2 - o dos Persas; 3 - o dos Gregos; 4 - o dos Romanos. O 5º teria que ser português, porque Portugal se espalhava pelo mundo em virtude das Descobertas e conquistas do século anterior; e porque o P. António Vieira, versadíssimo nas escrituras e biografias dos Santos, chegara à conclusão que o 5º Império só podia ser português. E governaria esse império o Encoberto, que muitos supunham ser o desaparecido D. Sebastião, que haveria de aparecer um dia, mas nunca apareceu. Mas isso não era óbice para o jesuíta que viu que esse Encoberto só podia ser o rei português, D. João IV. Mas para isso era preciso resolver favoravelmente a Guerra da Restauração. E como resolver esse problema, se a sorte das armas era muito incerta e pendia para o lado castelhano? António Vieira achou que se podia acabar com a inimizade entre Portugal e a Espanha, casando D. Teodósio, o príncipe herdeiro, com a princesa Maria Teresa, filha do rei Filipe IV de Espanha, e herdeira do trono por falta de herdeiro varão. Com esse casamento seria D. Teodósio herdeiro do império espanhol, acrescido do império português, e Lisboa seria a capital do 5º Império, sonhado por Vieira.

 

Mas os homens põem e Deus dispõe. D. Teodósio morreu tuberculoso, em 1653, com 19 anos, Maria Teresa acabou rainha de França, e nasceu um filho-varão póstumo a Filipe IV em 1661. A guerra da Restauração teve de resolver-se pelas armas e o V Império sonhado pelo P. António Vieira nunca se fez.

 


Joaquim Reis

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