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A bem da Nação

O FRADE E A PAZ

 

 

Não é a primeira vez que me insurjo contra declarações que ofendem a simplicidade de um ser pensante! Os declarantes podem ser quem forem que, em ocasiões como esta, calar seria um acto de covardia.

 

 

 

O frei Pilato Pereira lembrou-se de fazer a apologia das mulheres que invadiram uma propriedade florestal em plena produção, destruíram o laboratório de estudo e multiplicação de plantas - eucaliptos - e ainda se vangloriaram de ter praticado um acto cívico. Disseram elas que eucalipto não se come e a terra é para produzir alimentos. Tamanha bestialidade não merece comentários. Pois o frade começou o seu comentário a este acto com o título: Benditas mulheres que ocuparam a Aracruz. Creio que se enganou na sua teologia. Talvez devesse abençoá-las porque não sabem o que fazem!

 

E insiste o frade: - É impressionante como a sociedade do nosso tempo é incapaz de compreender gestos proféticos de quem luta pela vida.

 

É evidente que o capuchinho, no seu afã pela luta revolucionária esqueceu as palavras, ia a dizer do seu MESTRE, mas como não parece ser o caso, basta referir que terá esquecido a Oração de São Francisco, que certamente jamais escreveria a mesma coisa a propósito destes descalabros que grassam pelo Brasil.

 

Sabemos todos que eucalipto só comem os ursos Panda e os Koala, mas o frade deve ter estudado por livros, e estes vêm da celulose e esta dos eucaliptos, como deve utilizar madeira para milhentos fins e que vem também de árvores que as abençoadas mulheres não comem mas destroem, talvez não saiba que os eucaliptos, apesar de oriundos da Austrália, conseguiram ocupar um imenso espaço em todo o mundo pela sua utilidade e que têm um papel primordial no reflorestamento de terras de qualidade inferior, terrenos de encosta, e muitos outros, e que sem eles os frades, e nós, nos arriscaríamos a não ter mais papel para escrever, desenhar, imprimir livros e jornais, etc.

 

O reflorestar com espécies nativas é difícil e não daria para celulose. Para madeira sim, e haveria que esperar uns cem anos para a utilizar. Os eucaliptos em 4 ou 5 anos estão prontos para corte e, no mínimo as tais mulheres, supõe-se, usam algum papel, talvez só o higiênico!

 

Reforma agrária não se faz com destruição. Nem com as promessas falsas e hipócritas de governos ineptos e corruptos, muito menos com lideres “a la Stédile” que só sabem invadir terras produtivas, derrubando moradias, destruindo laboratórios de pesquisa, matando gado, muitas vezes reprodutores caros, para não deixarem de comemorar o acto de puro vandalismo, cujo objectivo é destruir, destruir, destruir.

 

Hoje, a agricultura familiar só prevalece na Europa à custa de altos subsídios dos Estados contra os quais o Brasil luta e lutará e vai sempre perder. Nenhum país da Europa se quer sujeitar a não produzir o que come para ficar nas mãos de terceiros.

 

O Brasil vive um momento de economia relativamente folgada devido em primeiro lugar ao agro-negócio, que exige investimento pesado e tecnologia de primeira linha.

 

O que pensa o frade Pilato disso? Que destruir o que está feito é um gesto profético? Profetizando o quê? O abandono das empresas produtoras e do capital para esse agro negócio que não se pode fazer com a terra totalmente dividida? Que sabe o frade disso? E de teologia?

Senhor,

Fazei de mim um instrumento de vossa paz!
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.

 

e que seja possível perdoar ao frei Pilato porque também parece que não sabe o que diz.

 

Rio de Janeiro, 7 de Abril de 2006

 

 Francisco Gomes de Amorim

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