DEVANEIOS
NOVA FORMA DE ENERGIA NO HORIZONTE
O domínio da Tecnologia está em fluxo numa constante evolução, dir-se-ia em plena revolução. Cientistas e tecnólogos mostram-se impacientes e insatisfeitos. Dia e noite sonham com novas descobertas através de intensas pesquisas.
No horizonte industrial e tecnológico desponta uma novíssima fonte de energia eléctrica, em substituição de modalidades existentes. Assim, além da energia de algas unicelulares, do sistema fotovoltaico e do sistema hélio-térmico, já anteriormente discutidos, anuncia-se a promissora utilização de energia gerada por células combustíveis de hidrogénio (hydrogen fuel cells).
Há mais de 10 anos que DOE (Department of Energy / Secretaria de Estado de Energia, dos EUA) foi gastando US$ 1,5 biliões na pesquisa e no desenvolvimento da nova fonte revolucionária à base de células combustíveis de hidrogénio. De momento, esta novíssima energia limita-se quase exclusivamente às grandes empresas fabricantes de veículos automóveis com marcas altissonantes, tais como: Toyota, Renault/Nissan em conjunto com Daimler/Ford, General Motors e Honda. De 2015 a 2020, esses fabricantes vão comercializar seus novos autos a hidrogénio na seguinte escala: Toyota em Novembro de 2015 na grande Feira de Tóquio; Renault-Nissan/Daimler-Ford em 2017; General Motors em 2020 em associação com uma empresa não anunciada e a Honda que projecta o lançamento dos seus autos em 2015.
Como explicar esta corrida para o lançamento de automóveis a hidrogénio? É simples, a resposta. No Estado de Califórnia em 2022 apenas será permitida a circulação de automóveis híbridos ou com 0% de emissão poluidora do ambiente. A capacidade motriz de automóveis a hidrogénio atingirá 254 milhas (uns 400 km) com o tanque cheio de células combustíveis de hidrogénio, mesmo que, em termos dum galão de gasolina, os motores a hidrogénio saiam 2 ou 3x mais dispendiosos, taxa que posteriormente será muito reduzida segundo a Secretaria de Estado de Energia (citado DOE). Será reduzida a emissão de dióxido de carbono e a poluição ambiental.
Os fabricantes de automóveis a hidrogénio não desvendam como se obtém a nova fonte de energia. Porém todos eles confiadamente apostam que os veículos a hidrogénio dominarão o comércio mundial de veículos automóveis nas próximas décadas. Embora na Natureza o hidrogénio seja muito abundante, o hidrogénio utilizado provém do gás natural, donde são extraídos os electrões das células combustíveis para acionar os motores.
O atraso na comercialização de carros a hidrogénio é causado pela falta de postos de abastecimento. Previa-se que o problema seria vencido em 2010. E de momento apenas operam 3 postos de abastecimento de células combustíveis de hidrogénio e nove outros estão em acabamento. Cada um destes postos de abastecimento custa US$ 3 milhões. O Governo do Estado de Califórnia está empenhado na criação de 100 postos de abastecimento, pelo que no orçamento anual inscreve US$ 20 milhões.
Através dos EUA os postos de abastecimento à base de produtos petrolíferos contam-se em 170.000 e sua eventual substituição custará ao Pais US$ 512 biliões. Automóveis accionados por gasolina, nos EUA, numeram uns 250 milhões
Na União Europeia, a Alemanha vai construir 50 postos de abastecimento de automóveis a hidrogénio. Enquanto o Japão propõe criar outros 100 desses postos de abastecimento.
Alea jacta est – já dizia César na antiga Roma – e os próximos tempos darão o seu veredicto final. Ainda não se explorou o uso da nova fonte de energia eléctrica pelas empresas comerciais e industriais.
Alcobaça, 23.09.2013
Domingos José Soares Rebelo
Fonte: FORTUNE, Vol. 168, nº 4, 02.09.2013

