A PROPÓSITO DO HINO
Tempo para recordar "Os Maias":
Capítulo VI, Corridas de cavalos:
«D. Maria achava ridícula a música, dando às corridas um ar de arraial... Além disso, que tolice, o hino, como num dia de parada!
- E este hino, então, que é medonho - dizia Carlos. - A Sr.ª D. Maria não sabe a definição do Ega, e a sua teoria dos hinos? Tal é o compasso do hino nacional, diz ele, tal é o movimento moral da nação. Agora veja a Sr.ª D. Maria os diferentes hinos, segundo o Ega. A Marselhesa avança com uma espada nua. O God save the queen adianta-se, arrastando um manto real...
- E o hino da Carta?
- O hino da Carta ginga, de rabona.»
http://www.youtube.com/watch?v=NS_x4k07mv0
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Lembro-me daqueles tempos do 25 de Abril, em que o compositor António Vitorino de Almeida achava que se devia mudar o hino, o que me indignou, como mais um tiro numa pátria rota. . Felizmente, não foi avante a proposta. O hino nacional - A Portuguesa - realmente nos define, na imodéstia e no alarido patriótico. Mas traduz o que fomos, em coragem, com um discurso apelativo à continuação da coragem. Como o hino francês, afinal. São ambos bonitos. O hino inglês é delicado e doce. Não precisa de se vangloriar, o seu povo é respeitado, resta-lhe ser cortês para com o chefe, que o respeita.