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A bem da Nação

AS ABELHAS

 

 

 

A apicultura, a criação de abelhas, em colmeias, para produção de mel e cera, tem algum desenvolvimento em Portugal, mas podia e devia ter bastante mais. A flora de Portugal tem muitas plantas que são boas melíferas. Além da produção directa que dão ao apicultor, as abelhas têm um papel importantíssimo na polinização, não só de árvores de fruto, mas de várias outras espécies. Se as abelhas desaparecessem, muitas  produções agrícolas ficariam reduzidas a quase nada.

 

Conhecidos estes factos, há que ter o máximo cuidado em proteger dos seus muitos inimigos esse insecto precioso, cujo nome científico é Apis mellifera L. nome que, como se indica com o “L.”, lhe foi dado pelo naturalista sueco Carlos Lineu, em 1758. Um dos inimigos é o homem. Nunca se devem usar insecticidas perto da época de floração de várias espécies. Alguns dos modernos insecticidas, como os nicotinoides, são particularmente perigosos para as abelhas. Há anos apareceu em vários países, entre eles Portugal, um outro inimigo, a varroa. É um ácaro (um pequeno aracnídeo, como o da sarna) que dizimou muitas colmeias.

 

Os Estados Unidos estão muito preocupados com os problemas, alguns mal conhecidos, que têm feito morrer muitas colmeias. A revista americana TIME dedicou às abelhas um extenso artigo (8 páginas), em que relata, entre outros temas, o caso dos produtores de amêndoa da Califórnia (a maior exportação agrícola desse estado), que estão em risco de ver essa produção desaparecer ou diminuir drasticamente pois, sem abelhas a polinizar, os frutos não vingam.

 

Lembro-me do nosso Algarve, em tempos famoso pelas suas amendoeiras, que até eram motivo de excursões em Fevereiro, para ver o espectáculo maravilhoso dessas árvores em flor. Graças aos péssimos governos que andaram décadas a destruir a nossa agricultura (e com ela a nossa economia), isso hoje não existe.

 

O Ministério da Agricultura tinha o Posto Central de Fomento Apícola que, além de estudar a vida das abelhas e os processos de melhor conduzir os colmeais, tinha pessoal que ia ensinar aos apicultores as mais modernas técnicas. A Estação Agronómica Nacional tinha um bom Departamento de Entomologia, que logo no início, na década de 1940, resolveu um problema importante, debelando uma anormal praga de gafanhotos.

 

Hoje, também nada disso existe e eu temo, pelo que não foi feito (e pelo que foi feito), em mais de dois anos, que se mantenha em vigor a criminosa “lei” (não escrita mas religiosamente seguida) que manda destruir toda a investigação científica pública que não seja das universidades, uma das grandes causas do descalabro da nossa economia. E não foi só a investigação agronómica e a agricultura que foram destruídas; ainda há quem se lembre do que era o Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Se essa famigerada “lei” está em vigor, o futuro de Portugal vai certamente continuar negro.

 

   Miguel Mota

 

Publicado no Linhas de Elvas de 29 de Agosto de 2013

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