MEMÓRIAS TROPICAIS
Foi algures no Sri Lanka que, ao deambular pelas cercanias duma plantação de chá, me chamaram a atenção para um certo ramo duma árvore por baixo da qual eu estivera pouco antes. Estava ali, com algumas gotas de humidade a tremeluzir, uma teia da maior aranha que eu alguma vez vi. Era seguramente do tamanho da mão de um homem se não mesmo maior. Patas, inclusivé, claro está. Até porque o corpo era relativamente pequeno quando comparado com o tamanho das patas. Mas, mais do que isso, a aranha tinha várias tonalidades de azul, direi mesmo que era bonita.
Foi já regressado a casa que procurei identifica-la. Pelas imagens que encontrei na Internet, não a reconheci mas, em compensação, fiquei a saber que no Sri Lanka há aranhas decorativas, tratadas como animais de estimação a quem os donos prodigalizam uma dieta da profusa mosquitada local.
Dá mesmo para nos perguntarmos se as ditas aranhas são de estimação porque são bonitas ou se o são como devoradoras da mosquitada. Ou por ambas as razões. Não encontrei por cá quem me esclarecesse. Talvez tenha que voltar ao Sri Lanka e fazer a pergunta localmente.
Dezembro de 2017
Henrique Salles da Fonseca