KALIMERA – 6
NAVEGANDO…
Aportando a Hidra
Foi um dia inteiro a navegar aportando a três ilhas do arquipélago Argosarónico – Hidra, Poros e Egina – com «visitas de médico» a cada uma delas. Totalmente viradas para o turismo, têm actividade pesqueira mas nada a ver com agricultura. Nem sequer rudimentar. Em compensação, a água do mar está limpa (diria mesmo limpíssima) e isso significa que a questão dos efluentes está resolvida. Vi recolha de lixo mas não souberam (ou não quiseram) responder-me sobre que tratamento lhe dão. Também não perguntei o que fizeram às crianças. Devem estar todas em Atenas, presumo. Não vi escolas. Mas, em compensação, falaram da heroicidade das gentes dali no combate aos invasores durante a II Guerra Mundial. Um tiro aqui, um pedregulho despencado lá das alturas sobre uma ou outra patrulha estrangeira, refúgio de resistentes vindos do «main land», enfim, uma verdadeira guerrilha sem quartel como anos mais tarde Mao Tsé Tung plagiou. Mas se essa acção de desgaste do invasor não foi absolutamente determinante no resultado da guerra, ela foi isso mesmo: desgastante. E água mole em pedra dura… Então, a Alemanha perdeu mesmo a guerra.
E aquela gente toda tem um modo de vida apesar da crise que em 2014 varreu a Grécia. Poderão não estar todos ricos como Rockefeller mas vê-se conforto e é evidente que dormem muito mais tranquilamente que os magnatas dessa outra ilha, Manhattan.
As pequenas marinas de recreio assumem papel de relevo na paisagem e é certo que a economia local vive delas em parte importante.
Historicamente, apenas a batalha naval de Salamina (uma das ilhas que não visitámos), um ou outro erudito antigo que por ali viveu durante algum retiro e pouco mais.
Viagem turisticamente interessante mas a merecer guias mais empenhados do que os que nos calharam na rifa.
9 de Abril de 2018
Henrique Salles da Fonseca