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A bem da Nação

OS MEDIA E O COMPORTAMENTO DA CRIANÇA

 

Os meios de comunicação são forças muito poderosas, que conseguem vencer pais, família, amigos, professores, conhecidos... e até uma nação.
 
A nossa cultura é muito permissiva, permito-me dizer promiscua, "é proibido proibir" alguém o disse, é URGENTE não ouvir este conselho.
 
 A CRIANÇA ouve, vê e lê, a toda a hora, anúncios que promovem os brinquedos bélicos, os heróis aguerridos, a agressividade, a lei do mais "esperto", a irresponsabilidade, a adulteração das palavras e dos seus significados, as frases com conotações sexuais, a beleza física, a comida "pré-fabricada",... Vê pessoas promovidas a "heróis da nação" por actos que de heróico nada têm.
 
 
 
Pensemos na obesidade que ataca cada vez mais as nossas crianças, que lhes afecta a saúde e, consequentemente, a qualidade de vida, o que tem reflexos na delapidação do nosso erário público. 
 
Passar horas em frente de um televisor, ou de um computador, impede-as de: ler um livro, ouvir contar uma história, falar com um amigo imaginário, sonhar que voam, colher uma flor, afagar um cão, acalentar uma boneca,  brincar às casinhas, jogar à bola, andar de bicicleta, trepar a uma árvore, escalar um muro...
 
Há estudos que comprovam que este imobilismo, muitas vezes acompanhado pelo consumo compulsivo de pipocas, de Chipicaos, de gomas, de chocolates,... aumenta e muito o índice de massa corporal, deste aumento até à obesidade vai um pequeno passo.
 
É tão fácil passar um fim-de-semana inteiro em frente de um ecrã! Não é que a CRIANÇA não gostasse de ir brincar para outro lugar, até talvez gostasse, mas sempre que começa um novo filme ou um novo jogo, a dopamina (*) actua sobre os tecidos cerebrais e antes que ela se aperceba já o Sol "foi dormir".
 
Cada "dia" que passa, neste corre-corre da vida moderna, o tempo para a CRIANÇA dedicar à actividade física e mental vai sendo cada vez mais curto.
 
Pensemos na violência que tanto tem alimentado os media, com relatos que vão ao absurdo do pormenor.
 
Não é apanágio dos dias de hoje os pais queixarem-se contra a pressão da sociedade. Actualmente há uma diferença, para além da alteração de determinados valores sociais, há a proliferação da tecnologia, que os desvaloriza.
 
Existem cada vez mais crianças a usarem linguagem agressiva, quer no modo como é expressa corporalmente, quer nas palavras usadas, a desrespeitarem e a ameaçarem fisicamente os outros. Muitas destas crianças não estão com este tipo de atitude a reproduzirem o que vêem ou ouvem em casa, estão a reproduzir o que vêem e ouvem nos meios de comunicação.
 
Infelizmente, sempre houve, há e haverá crianças com perturbações a cometerem actos semelhantes ou ainda piores, capazes de comportamentos extremos e que não foram influenciadas pelos media.
 
Como definir o que é um comportamento extremo? Este depende sempre do que é normal. Se na sociedade em que está inserida, é "normal" a aceitação de insultos, de confrontos verbais e físicos, o comportamento extremo pode ir até à situação de crianças que matam outras crianças, o que infelizmente, é cada vez mais frequente em países como os Estados Unidos, a Inglaterra e outros.
 
A ligação entre os meios de comunicação e as atitudes e comportamentos tem sido motor de arranque para investigações bastante aprofundadas, exaustivas e cientificamente comprovadas.
 
E que dizer do desempenho escolar?
 
A capacidade de leitura das nossas crianças tem vindo a diminuir e a culpa, infelizmente, não é apenas dos professores, a solução seria muito mais fácil. Saber ler requer tempo, são necessários, em média, quatro ou cinco anos para se adquirir a capacidade básica de leitura.
 
A televisão e o computador oferecem uma informação imediata, não é necessário esforço, é um caminho fácil por isso a CRIANÇA pouco motivada para a leitura, sente-se frustrada e desiste do "esforço" muito facilmente.
 
Há, evidentemente, muitos outros factores que estão por trás da crise de leitura das nossas crianças, mas, uma coisa é certa, se elas passarem muito tempo em frente ao televisor ou ao computador, essa capacidade não se desenvolve ou então, a duração desse desenvolvimento é extremamente longa, com grandes custos para todos nós.
 
Nem tudo está perdido!
 
Como fazer frente a este panorama? Como minimizar os efeitos negativos apontados?
 
A educação de uma CRIANÇA não passa por a desligarmos totalmente dos media. Tal seria impossível, além disso, estes meios podem oferecer oportunidades de informação bastante preciosas.
 
Há que ponderar num equilíbrio, orientá-la de forma a saber tomar decisões que a tornem num cidadão responsável.
 
Sem conhecer receitas e sem grandes pretensões, vou enumerar princípios simples, do conhecimento de todos, com base no bom senso:
 
  • Ter sempre presente que uma mensagem é, normalmente, compreendida de forma diferente por uma criança de 3 anos e outra de 7 ( a título de exemplo);
  • Estabelecer regras, que devem ser explicadas, a limitarem o número de horas que podem ser dedicadas aos meios de comunicação;
  • Durante as refeições meios de comunicação "fora de serviço";
  • No quarto da criança, computador, televisão ou jogos de vídeo não devem entrar;
  • Estar atento ao tipo de programas a que a criança pode aceder;
  • Ter regras bastante precisas sobre o uso da Internet;
  • Saber dizer NÃO.
                                         ..........
 
CORRAM PAIS! Há muito que passou a hora de ligar, ou desligar, o bem estar físico e psíquico dos vossos filhos com os media.
 
 Maria Teresa Monteiro
 
 (*) A dopamina é um neuro-transmissor, que tem como função estimular o sistema nervoso central; está por detrás da dependência do jogo (incluindo os tecnológicos), do sexo, do álcool e de outras drogas. Numa linguagem "vulgar" pode dizer-se que é o químico do cérebro "feliz".
 
 
 
 

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